John Wesley: Nem Pelagiano nem Agostiniano

John Wesley: Nem Pelagiano nem Agostiniano

Escrito por por Henry Knight III

Uma crítica comum à teologia de Wesley, especialmente daqueles de uma inclinação mais calvinista, é que ele fundamenta a salvação não na graça, mas na decisão humana. Isto é, para ser franco, uma afirmação falsa – a teologia de Wesley está profundamente enraizada na graça e no amor de Deus. Mas a percepção de que Wesley acreditava na livre vontade humana natural persiste mesmo entre alguns metodistas. Uma maneira que isso é muitas vezes colocado é chamar Wesley um “Pelagiano”.

Pelágio era um monge britânico do quinto século que foi dito negar que os seres humanos herdam da queda de Adão uma inclinação ao pecado. Temos a capacidade natural de não pecar, argumentou ele, e, portanto, somos capazes de seguir o exemplo de Cristo sem uma transformação anterior do coração. Este ponto de vista foi vigorosamente questionado por Agostinho, que argumentou que a salvação era somente pela graça, e que não estamos livres do pecado até que Deus transforme nossos corações através de Cristo. O pelagianismo foi condenado como heresia por uma série de conselhos ecumênicos.

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John Jefferson Davis, “A Perseverança dos Santos: uma História da Doutrina”

John Jefferson Davis, “A Perseverança dos Santos: uma História da Doutrina”

 

[Favor observar que o autor é um teólogo Calvinista, mas essa é uma revisão histórica da doutrina que não implica em o autor debater seu ponto de vista. A versão web desse artigo foi extraído de http://bringyou.to/apologetics/a133.htm. O formato original do artigo que consta no Journal of the Evangelical Theological Society pode ser encontrada nesse arquivo pdf: Davis History of The Perseverance of the Saints.]

 

John Jefferson Davis, “The Perseverance of the Saints: A History of the Doctrine”, Journal of the Evangelical Theological Society 34/2 (June 1991) 213-228.

 

 

 

 

  1. AGOSTINHO

O primeiro amplo debate sobre a doutrina da perseverança dos santos encontra-se no Tratado de Agostinho sobre o Dom da Perseverança, escrito em 428 ou 429 A.D. no contexto das controvérsias com Pelágio quanto as questões da graça, pecado original e predestinação. [1] Logo de início, Agostinho afirma a graça de Deus como a base elementar para a perseverança do crente: “Eu afirmo… que a perseverança pelo qual nós perseveramos em Cristo até o fim é dom de Deus.” [2] Do ponto de vista humano é inescrutável a razão de que a dois homens piedosos, é dado a um deles a graça de perseverar até o fim e ao outro não. Da perspectiva divina pode ser o caso que o indivíduo que persevera está entre os predestinados, enquanto o outro não está. [3] Aquele que falha em perseverar, não foi chamado segundo o plano de Deus, e nem escolhido em Cristo de acordo com o propósito de Deus. [4]

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