Uma avaliação da “Teologia da Substituição”

A Relação entre o Israel da Aliança Abraâmica-Davídica e a Igreja Cristã

Walter C. Kaiser, Jr.[1]

A teologia da substituição não é uma novidade na arena teológica, pois provavelmente tem suas origens em uma aliança político-eclesiástica forjada entre Eusébio Panfílio e o imperador Constantino.[2] Constantino, considerando-se o representante de Deus em seu papel como imperador, reuniu todos os bispos no dia da sua tricenalia (30º aniversário do seu reinado), um acontecimento, aliás, que ele via como o prenúncio do banquete messiânico escatológico. Os resultados desse encontro, na mente de Eusébio, tornaram desnecessário distinguir entre a Igreja e o Império, pois eles pareciam se fundir em um reino de Deus na terra cumprido no tempo presente.[3] Tal manobra, é claro, minimizou bem o papel e a importância do povo Judeu em quaisquer considerações do reino. Aqui começou o longo caminho da teologia da substituição.

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Fatores Históricos até a Época de Constantino que Afetam a Apropriação das Bênçãos de Israel pela Igreja

Por H. Wayne House

Nas entradas de muitas catedrais Góticas em toda a Europa, pode-se observar estatuas femininos que são personificações da Ecclesia (a Igreja) e da Sinagoga (a Sinagoga). Percebe-se que a Ecclesia usa uma coroa, olhando para frente, segurando a cabeça numa pose triunfante. Por outro lado, a Sinagoga, com a cabeça baixa, tendo perdido sua coroa e segurando um cajado quebrado e usando uma venda, permanece derrotada e rejeitada.[1] Essas personificações simbolizam a perspectiva consensual da igreja em meados do século II dC até os dias atuais, com poucas exceções. Orígenes expressa a mudança do povo de Israel para a igreja de Cristo: “Pois que nação está exilada de sua própria metrópole e do lugar sagrado para a adoração de seus pais, exceto os Judeus?”[2]. Um problema muitas vezes não debatido na aparente “magia” da restauração de Israel, a saber, a dispersão de uma nação entre as nações.

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