Quando os Calvinistas Entendem Errado

Frequentemente, gosto de navegar em vários blogs, desde blogs de esportes a outros blogs Arminianos e muitos blogs Calvinistas. Alguns são melhores do que outros, claro, mas o que costuma me incomodar em qualquer blog é quando alguém não faz o dever de casa. Um exemplo disso é encontrado no blog de Steve Camp neste link http://stevenjcamp.blogspot.com/2007/10/five-points-of-free-will-all-of-them.html#links. Steve publicou algumas postagens atacando o livre-arbítrio. Ele, junto com muitos outros calvinistas, eu acho, acreditam que o livre-arbítrio é o que define o Arminianismo.

O problema com os artigos de Steve é ​​duplo. Primeiro, ele entendeu mal o Arminianismo completamente. Ele, novamente, crê que os Arminianos acreditam tão fortemente no livre-arbítrio que até negamos a soberania de Deus por causa disso. Isto simplesmente não é verdade. Em segundo lugar, Steve parece fazer da questão do livre-arbítrio A questão quando se trata de por que nós, Arminianos, rejeitamos o Calvinismo.

Os artigos também parecem sugerir que Steve acredita que os Arminianos acreditam que nós “cooperamos” com Deus em nossa salvação. Não conheço nenhum Arminiano que acredite que “ajudamos” a Deus em nossa salvação, nem conheço nenhum Arminiano que acredite que nós próprios “desejaremos” à salvação. Enquanto os Arminianos certamente defenderiam o livre-arbítrio, nossa defesa não é porque acreditamos na bondade do homem ou em sua capacidade de desejar a salvação, mas é baseada em nossa compreensão do amor de Deus. O Arminianismo, como afirmei em muitos artigos anteriores, é baseado primeiro no amor de Deus por Sua criação e particularmente pela raça humana. Como John Wesley escreveu, acreditar em um Deus que recebe a glória de enviar homens para o inferno por sua própria eleição soberana faz “o sangue ficar frio”. Os Arminianos simplesmente não podem compreender um Deus que, por um lado, ama, mas ainda assim nega a alguns de nós a oportunidade de sermos salvos por meio de Seu grande amor e misericórdia.

Eu acredito que é importante quando escrevemos sobre Calvinistas e os Calvinistas escrevem sobre nós, Arminianos, que entendamos nossa teologia correta em ambos os lados. Simplesmente fazer do Calvinismo como se fora tão somente sobre eleição não é justo e nem é justo fazer do Arminianismo como se fora tão somente sobre o livre-arbítrio. O Arminianismo, assim como o Calvinismo, flui de nossa rica herança de teólogos como Jacó Armínio, Richard Watson, John Wesley e muitos mais. Nenhum teólogo Arminiano ou Calvinista estava correto em todos os assuntos, mas podemos aprender uns com os outros, mesmo enquanto defendemos nossa fé (1 Pedro 3: 15-16).

Tradução: Antônio Reis

Jerry Walls – Amor e Predestinação de Deus

Depois de considerar a soberania e a liberdade humana, estamos agora em posição de entender o coração da teologia de Wesley e quão profundamente difere do calvinismo. Eu reitero que a diferença não é que Calvino acreditava na soberania divina, predestinação, eleição, mas Wesley não. Não, Wesley afirmou entusiasticamente todas aquelas grandes doutrinas bíblicas, simplesmente não da maneira como Calvino as entendia.

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Jerry Walls –  A Soberania de Deus

A soberania de Deus é uma verdade de importância vital que os wesleyanos precisam desesperadamente recuperar. Isto não é somente porque é crucial para entender o drama bíblico, mas também porque muitos wesleyanos tendem a negligenciá-la porque os calvinistas frequentemente dão a impressão de que é uma de suas doutrinas distintas. Mas a soberania de Deus não é uma doutrina calvinista, é uma doutrina bíblica, e ninguém que queira ser fiel às Escrituras pode se dar ao luxo de ignorar ou minimizar essa grande verdade.

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Jonathan Edwards e George Whitefield: Escravocrata e Calvinismo

Pedir a alguém para definir o legado histórico e teológico de Jonathan Edwards pode variar de pessoa para pessoa. Não há como negar que Edwards foi uma força significativa de influência intelectual em seu tempo. Infelizmente, nossas escolas públicas não foram gentis ou justas com ele. Eles subestimam grandemente suas contribuições para a ciência e a filosofia e erroneamente o rotulam como nada mais do que um fundamentalista, pregador de ameaças apocalipticas durante o 1º Avivamento. Ele é amplamente ignorado em nossos livros didáticos públicos atualmente e isso é lamentável. Embora eu soubesse há muito tempo que Edwards foi o fundador de Princeton, fiquei surpreso ao descobrir recentemente que ele também era um pouco socialmente progressista para seu tempo ao defender que os índios fossem compensados ​​por terras tiradas deles – o que o colocava em uma situação delicada com alguns dos seus paroquianos da Nova Inglaterra.

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​​O problema da presciência divina no Calvinismo e por que você deve ser um Arminiano

Os calvinistas muitas vezes suscitam a acusação contra o Teismo Aberto e os Arminianos tradicionais concordam que o Teismo Aberto é biblicamente problemático. No entanto, os calvinistas muitas vezes parecem esconder as implicações infelizes de sua própria visão da presciência.

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OS ARMINIANOS ODEIAM A SOBERANIA DE DEUS?

 

Por William Birch

A pergunta “Por que os arminianos odeiam a soberania de Deus?” foi feita recentemente por um calvinista chamado Avery que faz muitas suposições sobre os arminianos. Mas nós poderíamos, em contrapartida, perguntar: “Por que os calvinistas presumem que os arminianos odeiam a soberania de Deus?” A pergunta pressupõe que os arminianos sabem absolutamente que a crença calvinista em relação à soberania de Deus, que é contextualizada nos moldes do determinismo exaustivo e meticuloso, é o ensino correto e bíblico, e que nós conscientemente rejeitamos e odiamos esta posição

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1Jo 2.19

Por Paulo Cesar Antunes –

“Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.”

Este texto é muito parecido com o de 1Co 11.19 (“E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós”).

Aqueles que defendem a impossibilidade de apostasia final usam este verso para tentar provar que todos aqueles que abandonam a comunhão dos cristãos nunca foram, na verdade, crentes verdadeiros. Se fossem, teriam permanecido entre eles. Não irei fazer aqui uma defesa da apostasia final. Outros versos podem prová-la.

John Gill acredita que esta passagem foi usada para que “não se forneça nenhum argumento contra a perseverança dos santos.”[1] Quero tanto mostrar que não foi esta a intenção do apóstolo como provar que este verso não fornece nenhum argumento a favor da perseverança dos santos.

Apresentarei, em primeiro lugar, o entendimento calvinista comum deste verso, e então passarei a mostrar por que ele não é justificável.

Citarei apenas Albert Barnes, considerando que ele conseguiu extrair em um único comentário praticamente todo o entendimento calvinista do verso. Ele diz que “esta passagem prova que estas pessoas, quaisquer que tenham sido suas pretensões e profissões, nunca foram cristãos sinceros. A mesma observação pode ser feita de todos que se apostatam da fé, e se tornam professores do erro. Eles nunca foram verdadeiramente convertidos; nunca pertenceram realmente à igreja espiritual de Cristo.” Falando especificamente da frase “se fossem de nós, ficariam conosco,” ele conclui que “não poderia haver uma afirmação mais positiva do que essa que está contida aqui, que aqueles que são verdadeiros cristãos continuarão a ser como tais; ou que os santos não decairão da graça.”[2]

Antes de avaliar estas afirmações, é necessário que se diga que as versões não concordam entre si quanto ao texto “não são todos de nós.” Em lugar de “são” algumas versões trazem “eram,” e a palavra “todos” não é encontrada em algumas delas (a versão siríaca, por exemplo). Se a versão correta for “não eram todos de nós,” então, como observam Jamieson, Fausset e Brown, “esta tradução significaria que alguns dos anticristos são de nós.”[3] Adam Clarke chega até a sugerir que “estes falsos mestres provavelmente afastaram muitas almas sinceras com eles; e é provável que o apóstolo alude a isto quando diz, não eram TODOS de nós. Alguns eram; outros não eram.”[4] De qualquer forma, nenhuma versão diz que “eles nunca foram de nós,” o que decidiria toda a questão. Da forma como está, pode ser entendido perfeitamente que, em algum momento anterior não especificado, “eles não eram de nós.” Se ou não alguma vez foram, o apóstolo não nos diz. Sua apostasia demonstrou que não eram de nós, não que eles nunca foram verdadeiramente convertidos. Pode até ser que foram, dada a linguagem do apóstolo, que fala do diabo como aquele que “peca desde o princípio” (1Jo 3.8), o que certamente não significa que o diabo peca desde o princípio de sua existência. Em algum momento o diabo se apostatou, e por isso pode ser dito que ele peca desde o princípio (de sua apostasia). A sua apostasia demonstrou que o diabo não era um verdadeiro servo de Deus, senão ele teria permanecido entre os servos de Deus, mas isto está longe de provar que o diabo nunca foi um verdadeiro servo de Deus.

Mas aqueles que defendem a possibilidade de apostasia final não necessitam recorrer à gramática e incerteza das versões. Uma leitura cuidadosa do texto pode demonstrar que nele não há nenhuma indicação de que aqueles que saíram da comunhão dos crentes nunca foram verdadeiramente convertidos. A primeira coisa que devemos fazer é perguntar: De quem o apóstolo está falando? Ele está falando de “anticristos” (1Jo 2.18), não de todas as pessoas de todas as épocas que abandonam a comunhão dos cristãos. Barnes reconhece que João está falando daquelas pessoas, mas acrescenta que o texto pode ser considerado como uma verdade universal. E é aqui exatamente onde os calvinistas se enganam. É uma falácia muito bem conhecida dizer que, o que é verdade em alguns casos, deve ser verdade em todos. Esta única consideração é suficiente para provar que este verso não favorece a doutrina da perseverança dos santos.

[1] John Gill, Exposition of the Entire Bible, comentários sobre 1Jo 2.19.
[2] Albert Barnes, Notes on the Bible, comentários sobre 1Jo 2.19.
[3] Jamieson, Fausset e Brown, Commentary, comentários sobre 1Jo 2.19,
[4] Adam Clarke, Commentary on the Bible, comentários sobre 1Jo 2.19.

Eleição Individual, Eleição Corporativa e Arminianismo

Por Matthew Pinson

Há uma enxurrada de atividade no momento na comunidade teológica arminiana sobre a doutrina da eleição corporativa. Os expoentes desta visão são capazes e devem ser reconhecidos, tanto por calvinistas como por arminianos que enfatizam a natureza individual e pessoal da eleição para a salvação.

No entanto, quando ouvimos alguns discursos dos Arminianos, é quase como se a eleição corporativa fosse à visão arminiana. Então, estou oferecendo esse post não tanto para fazer um argumento para a natureza pessoal e individual da eleição de um ponto de vista Arminiano, mas para lembrar aos meus leitores que há outra visão entre os Arminianos em oposição à visão da eleição corporativa. Pode ser uma visão minoritária, mas há uma perspectiva com uma longa e distinta história entre os arminianos e outros não calvinistas: essa eleição para a salvação é pessoal e individual. E isso não é apenas uma visão Arminiana Reformada. Muitos intérpretes bíblicos fora do Calvinismo interpretaram as passagens sobre eleição de uma maneira mais pessoal e individual.

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Brian Abasciano, “abordando o desafio calvinista”, por que você crê e seu próximo não? “

Para muitos calvinistas, o melhor argumento a favor do calvinismo e contra o arminianismo pode ser implicitamente transmitido por questões como: “Qual a diferença entre quem crê em Cristo e aquele que rejeita Cristo? Por que alguém crê e o outro não? Não deve ser que exista algo melhor sobre aquele que crê que o leve a crer? “O cerne deste  questionamento é que deve haver algo melhor naquele que crê do que naquele que não crê, produzindo a fé e a salvação sobre a bondade do homem, em vez da graça de Deus, dando ao crente um fundamento para se gabar e dando a glória pela salvação do crente em vez de Deus.

Amo a questão, porque destaca tão bem a diferença entre o arminianismo e o calvinismo, revelando o arminianismo como a posição mais bíblica e racional. Confiar em outro não dá glória ao crente e toda a glória para o confiável. A fé é a renúncia de qualquer mérito, mas é a confiança em Deus e seu favor imerecido. Assim, a fé é o veículo perfeito através do qual Deus poderia ter uma base justa para a responsabilidade e, no entanto, não há mérito na base da responsabilidade. O Arminiano não precisa fugir do fato de que há realmente uma diferença entre o crente e o incrédulo que leva à salvação versus a condenação. Devemos abraçá-lo. Isso é o que torna a salvação dos crentes ser de Deus e a condenação dos incrédulos não arbitrária. Esse é ponto que queremos reivindicar contra a visão de que Deus salva incondicionalmente. É o meio não meritório da fé através da qual somos salvos. Marque bem: a questão de qual a diferença entre quem tem fé e quem não tem é simplesmente aquele que confia em Deus e o que não o faz. É por isso que Deus salva um e condena  outro, por sua própria vontade e graça soberana. Ele não é obrigado, mas por um favor imerecido, considera a fé como justiça. E isso prevê uma base não arbitrária de salvação não meritória e condenação meritória, de modo que toda a glória é de Deus pela salvação e toda a culpa vai para homem por sua própria condenação. Deus é tão sábio.

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