ESCRITURA E MITO EM DIETRICH BONHOEFFER

 

Por Richard Weikart, Universidade de Iowa

Dietrich Bonhoeffer se tornou um herói mítico no panteão do Cristianismo no final do século XX. A admiração por ele decorre de movimentos diversos e contraditórios, como o fundamentalismo e a teologia radical da morte de Deus, bem como da maioria dos grupos localizados entre esses pólos. Evangélicos americanos[1] juntaram-se ao coro de seus elogios e promovem ativamente suas obras. Uma revisão recente de A Testament of Freedom: The Essential Writings of Dietrich Bonhoeffer em Christianity Today ordena que um público predominantemente evangélico “se sente … aos pés de Dietrich Bonhoeffer”, cuja vida “soa com a autenticidade Cristã”[2]. Dois manuais de literatura evangélica listam os escritos de Bonhoeffer como importante material de leitura para os evangélicos.[3] Meus próprios contatos com evangélicos e fundamentalistas confirmam que Bonhoeffer desfruta de ampla aprovação entre eles.

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A VERDADE PERTURBADORA SOBRE A TEOLOGIA DE BONHOEFFER

 

Este artigo apareceu pela primeira vez no CHRISTIAN RESEARCH JOURNAL, volume 35, número 06 (2012). O texto completo deste artigo em formato PDF pode ser obtido clicando aqui. Para mais informações ou para inscrever-se na revista CHRISTIAN RESEARCH, visite: http://www.equip.org/christian-research-journal/

SINOPSE

A teologia de Dietrich Bonhoeffer parece atrair quase todos. Depois de ler The Cost of Discipleship, fiquei empolgado com Bonhoeffer, mas meu zelo por ele diminuiu depois de ler Letters and Papers from Prison. Descobri mais tarde que a teologia de Bonhoeffer era diferente das minhas visões evangélicas. A maioria dos evangélicos aprecia a ênfase de Bonhoeffer quanto a importância da Escritura que o levou a meditar diariamente sobre ela. No entanto, durante os últimos anos de sua vida, Bonhoeffer interrompeu sua meditação bíblica diária, opondo-se à prática como muito “religiosa”. Bonhoeffer não acreditava na inerrância bíblica, mas seguiu a visão de Karl Barth de que a Escritura é verdadeira, mesmo que não seja empiricamente precisa. Por causa disso, ele rejeitou a apologética, considerando-a um erro de categoria. Sob a influência de Nietzsche, ele também negou que as Escrituras contenham quaisquer princípios ou proposições universais e atemporais.

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