Por Irv Brendlinger
Sem dúvida, a escravidão é uma das maiores atrocidades da civilização. Talvez ela reine como a maior injustiça social singular em toda a história humana. Quando pensamos em atrocidades humanas, nossas mentes vão para o Holocausto, com seus seis a sete milhões de vítimas judias, além de outras que receberam menos atenção, ciganos e homossexuais. Também pensamos na limpeza étnica dos anos mais recentes, com números se aproximando de 1,4 milhão de vítimas.[1] Como a escravidão africana se compara? Não apenas a escravidão é diretamente responsável por cerca de 20 milhões de mortes (para não falar das mortes vivas daqueles que “sobreviveram”), mas seus efeitos posteriores são difíceis de calcular (ou compreender) em números ou influência.
Às vezes perdemos de vista a correlação direta entre a escravidão colonial americana e a guerra civil americana. Quando vemos a angústia de Abraham Lincoln sobre a provável desintegração da União, não devemos esquecer a causa inseparável da secessão. Cerca de duzentos anos antes, quando ninguém via esta terra como nada além de colônias, é duvidoso que alguém teria previsto o poder da escravidão de dividir uma nação. Poucos a reconheceram como um problema moral. O que parecia ser nada, transformou-se em um grande problema. Na época de Lincoln, ela não apenas dividiu a nação, mas foi diretamente responsável por 600.000 mortes na guerra civil.[2]
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