Por Alexander MacLaren
‘Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.’ — Mateus 3:11
Não há figura mais patética nas Escrituras do que a do precursor de nosso Senhor. Solitário e asceta, encarregado de lutar contra toda a ordem social da qual fazia parte, vendo muitos de seus discípulos deixá-lo por outro mestre; então trocando o deserto livre por uma cela de prisão, e torturado por dúvidas mórbidas; finalmente assassinado como vítima do ódio de uma mulher devassa e do senso perverso de honra de um homem devasso: ele teve de fato que suportar ‘o fardo do Senhor’. Mas talvez o mais patético de tudo seja a combinação em seu caráter de aspecto esquelético e humildade absoluta. Como ele confronta essas pessoas a quem teve que repreender, e ainda assim como, em um momento, o olho brilhante afunda na mais baixa auto-humilhação diante ‘Daquele que vem depois de mim’! Quão verdadeiro, em meio a muitas tentações, ele era à sua própria descrição de si mesmo: “Eu sou uma voz” — nada mais. Seu braço musculoso estava sempre apontado para o “Cordeiro de Deus”. É dado a muito poucos conhecer tão claramente seus limites, e a menos ainda — e estes, homens que se mantêm muito perto de Deus — permanecer tão contentes dentro deles, e aquiescer tão agradecidos nas glórias resplandecentes de Alguém que a autoimportância e a ambição levariam a tomar por rival e inimigo.
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