William Hasker
O molinismo nasceu em meio a controvérsias e nunca escapou dela. Por pouco ele evitou a condenação oficial no século XVII, sobre a alegação que isso comprometia indevidamente o controle providencial divino sobre o mundo, e tanto os tomistas quanto os calvinistas ainda rejeitam o molinismo por essa razão. Mais recentemente, no entanto, as críticas mais proeminentes centram-se na afirmação sobre os “contrafactuais da liberdade das criaturas”, que são centrais na explicação molinista da providência, não existem e não podem existir. Isto é, verdadeiros contrafactuais de liberdade não existem; todas essas proposições são, sem exceção, falsas.1 A primeira versão e mais importante dessa crítica – a chamada “objeção de base” – afirma que os contrafactuais carecem de uma base ou “fundamento” na realidade do tipo que é exigido para todas as proposições contingentes verdadeiras. A segunda versão afirma que, se assumirmos a existência dos contrafactuais molinistas, eles se mostrarão inconsistentes com a afirmação de que os agentes humanos possuem livre-arbítrio libertário – assim, eles não são contrafactuais de liberdade, afinal de contas. Se qualquer crítica tiver sucesso, o Molinismo está condenado. Este ensaio discutirá brevemente cada uma dessas objeções, apontará algumas das respostas molinistas a elas, e fará algumas sugestões sobre as possíveis maneiras pelas quais o debate pode avançar além do ponto que alcançou atualmente.2
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