Richard Bauckham
Em 1917, H. M. Relton fez um julgamento que se revelou notavelmente clarividente: ‘Há muitas indicações de que a doutrina do Deus sofredor desempenhará um papel muito proeminente na teologia da era em que vivemos.’[1] A ideia de que Deus não pode sofrer, aceita virtualmente como axiomática na teologia cristã desde os primeiros Pais gregos até o século XIX, foi progressivamente abandonada neste século. Pela primeira vez, a teologia inglesa pode alegar ter sido pioneira em um grande desenvolvimento teológico: de cerca de 1890 em diante, um fluxo constante de teólogos ingleses, cujas abordagens teológicas diferem consideravelmente em outros aspectos, concordaram em defender, com mais ou menos ênfase, uma doutrina do sofrimento divino.[2] Um pico de interesse no assunto é indicado pelo importante estudo de J. K. Mozley, The Impassibility of God (1926), que foi encomendado pela Archbishops’ Doctrine Commission em 1924 e que conta a história do interesse teológico inglês no sofrimento de Deus até 1924.[3] Desde então, um grande número de teólogos ingleses continuaram a tradição.[4]
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