Recentemente, ouvi um sermão sobre 1 Timóteo 2:12 dado por um homem que é pastor de uma igreja relativamente grande perto de onde eu moro. Logo no início do sermão, o homem declarou que 1 Timóteo 2:12 é “bastante direto” e “descomplicado”.[1] Ele não deu nenhuma indicação, muito menos uma explicação, das dificuldades interpretativas genuínas deste e dos versículos seguintes. Ele também não tentou fornecer algum tipo de explicação do contexto de 1 Timóteo 2:12. Em vez disso, ele baseou seus pensamentos em uma tradução em inglês:
“Não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade sobre o homem; antes, que ela permaneça em silêncio.” 1 Timóteo 2:12
O problema é, no entanto, que 1 Timóteo 2:12 não é tão claro e simples como parece em muitas traduções em inglês. Este post analisa a linguagem de 1 Timóteo 2:12 e seis fatores que devem ser considerados ao interpretá-lo.

Primeiro, epitrepō, que é tipicamente traduzido como “admitir” ou “permitir” em 1 Timóteo 2:12, é consistentemente usado no Novo Testamento grego no contexto de dar ou pedir permissão em uma situação ad hoc, ou específica e limitada. Da mesma forma, a palavra também é usada no contexto de reter permissão em uma situação ad hoc, ou específica e limitada. Epitrepō não era a palavra tipicamente usada ao fazer declarações amplas e definitivas ou injunções universais.
Paulo usa a palavra epitrepō apenas uma vez em Primeira Timóteo. Esta ocorrência é marcante quando comparada com a linguagem que ele usa em outras partes desta carta, incluindo, por exemplo, em 1 Timóteo 6:17: “Quanto aos ricos desta presente era, manda (ou ordena) que não sejam orgulhosos …” Paulo usa esta palavra “ordena” (verbo: paraggellō; substantivo: paraggelia) sete vezes em 1 Timóteo (1 Tim. 1:3, 5, 18; 4:11; 5:7; 6:13, 17 KJV). Paraggellō também pode ser traduzido como “prescrever” ou “instruir” com um sentido forte.
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