Mulheres e Adoração nas Igrejas de Paulo: Apóstolos, Profetas e Mestres

Já perdi a conta de quantas vezes li a obra de um estudioso sobre o tema das mulheres nas igrejas de Paulo, que me diz que acha fácil ou difícil “imaginar” um cenário específico na igreja primitiva e, assim, reconstruir um cenário que pareça ao autor o mais “plausível” com base nas evidências apresentadas. Imagino que eles estejam presumindo que eu também acharei esses cenários fáceis de “imaginar”, mas nem sempre é esse o caso.

Veja também: Mulheres e Adoração em Corinto (Cascade Books, 2015).

Por Lucy Peppiatt

Diretora

Centro Teológico de Westminster

Setembro de 2017

Há atualmente uma crescente riqueza de literatura sobre mulheres na igreja primitiva, sob diversas perspectivas. Quer o escritor se concentre principalmente nas evidências linguísticas e textuais, no contexto histórico, em fatores sociopolíticos, na perspectiva teológica, na narrativa e na história, ou mesmo tente levar todos esses fatores em consideração, decifrar a visão de Paulo sobre as mulheres e seu lugar na igreja em sua época se mostra um processo complexo. Extrapolar essas descobertas e tentar aplicá-las à igreja contemporânea simplesmente adiciona camadas de complexidade. Está longe de ser uma tarefa simples. No entanto, é uma tarefa fascinante e urgente, visto que a Bíblia ainda funciona como base para a forma de adoração e governança nas igrejas hoje. A maneira como entendemos o que está escrito nas Escrituras informa as relações concretas entre homens e mulheres, como e o que meninas e meninos aprendem sobre seu lugar na igreja, nossa compreensão de identidade, chamado e vocação, e não apenas quem somos na congregação local, mas quem somos diante de Deus. Não é de se admirar que tantos de nós tenhamos interesse nessa tarefa.

O Poder da Imaginação

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