Júnia: Mulher e Apóstola

Hope Stephenson

A controvérsia em torno de Júnia e seu apostolado tem atormentado os estudos bíblicos por séculos. Os estudiosos têm debatido se essa pessoa era um homem (Júnias) ou uma mulher (Júnia), um apóstolo notável ou bem conhecido apenas pelos apóstolos, e esses tópicos continuam a ser discutidos hoje. Até mesmo os atuais Novos Testamentos em inglês estão divididos sobre as questões.[1] Alguém pode perguntar quais razões os estudiosos têm para debater a feminilidade e o status apostólico de Júnia. Como Bernadette Brooten observa, “A resposta é simples: uma mulher não poderia ter sido uma apóstola. Porque uma mulher não poderia ter sido uma apóstola, a mulher que é aqui chamada de apóstola não poderia ter sido uma mulher.”[2] Para lançar luz sobre essa controvérsia e expor o preconceito onde ele pode ser encontrado, será necessário examinar completamente o texto. Em Romanos 16, Paulo escreve à congregação em Roma para saudar não apenas os líderes masculinos da igreja, mas também as mulheres. Júnia recebe atenção especial. Em Romanos 16:7, Paulo escreve: “Saudai Andrônico e Júnia, meus parentes que estavam na prisão comigo; eles são proeminentes entre os apóstolos e estavam em Cristo antes de mim.”[3] É possível que Paulo, que disse aos coríntios que as mulheres deveriam permanecer em silêncio na igreja, pudesse ter reconhecido uma mulher como uma apóstola e uma proeminente também?[4] Se sim, por que Júnia é tão desconhecida para a maioria dos leitores da Bíblia e por que não ouvimos falar sobre as posições de lideranças ocupadas por mulheres na igreja cristã primitiva antes?

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