Rumo a uma Compreensão Wesleyana do “Pecado Original”

Recentemente, foi anunciado que o Wesley One Volume Commentary foi publicado (editado por Ken Collins e Rob Wall; Abingdon, 2020). Tive a honra de contribuir com o comentário sobre Gênesis para esse trabalho, e seu aparecimento me deu motivos para repensar algo que escrevi ali pela primeira vez. Isto é, como é que nós Wesleyanos entendemos a doutrina muitas vezes referida como “Pecado Original”?

A maioria dos cristãos ouvirá nessas palavras “pecado original”, uma ideia de que todos os humanos são alienados de Deus no nascimento, em virtude da nossa descendência comum de Adão e Eva. Trabalhando com o texto de Gênesis 3, Paulo forneceu em Romanos 5 um relato teológico da difusão do pecado entre a humanidade. Agostinho pegou os argumentos de Paulo e lançou-os numa trajetória teológica distinta. Alguns diriam que Agostinho ofereceu um desenvolvimento justo das ideias de Paulo. Alguns, como David Bentley Hart, insistem que ele os distorceu. Aqueles que foram influenciados por Agostinho adotaram suas ideias e as desenvolveram de diversas maneiras, embora nem sempre de acordo entre si. A verdade é que a Igreja ecuménica (com a qual me refiro ao maior número de cristãos no maior número de lugares ao longo da história da Igreja) nunca chegou a acordo sobre o que queremos dizer com esta doutrina. Nem o Credo dos Apóstolos nem o Credo Niceno afirmam claramente o que queremos dizer, embora ambos se refiram ao “perdão dos pecados”. Por outras palavras, ambos os credos reconhecem que todos precisamos de perdão e que o pecado nas nossas vidas criou essa necessidade. Portanto, embora possamos não ter um entendimento comum do pecado original, concordamos que todos os humanos cometem atos pecaminosos e, de fato, pecamos com frequência e ousadia, e fazemos isso sem falhar, até e a menos que o Espírito Santo de Deus mude o coração de alguém pela fé.

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