[N]o sétimo capítulo [de Romanos] o apóstolo prova que a lei não é mais capaz de regenerar do que de justificar; já que o máximo que pode fazer é descobrir a extensão e a desesperança de nossa escravidão ao pecado, deixando-nos clamar: “Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo desta morte!” uma libertação que é efetuada por Cristo: pois aqueles que estão “nele”, como lemos no próximo capítulo, não apenas estão livres da condenação, mas “não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”.
“Mas se o apóstolo neste capítulo não fala de si mesmo, por que ele fala na primeira pessoa?”
Ele pode falar de sua própria experiência quando estava sob a lei, isto é, sob a escravidão e a condenação que ela revela a um homem iluminado e convencido por ela; mas não de sua experiência como crente, pois nesse caráter ele fala no próximo capítulo e diz: “Porque a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus me libertou da lei”, ou poder, “do pecado”. e morte.” Em ambos os casos, porém, deve-se considerar que ele fala verdades gerais em sua própria pessoa, um modo comum a todos os escritores.
A conclusão do seu argumento, portanto, é que da lei, nós, como criaturas culpadas, nada podemos derivar senão “o conhecimento do pecado” e sua consequente penalidade; mas que uma verdadeira fé na expiação de Cristo se torna o instrumento certo de nosso perdão gratuito e isenção da condenação, estado em que de aceitação recebemos o Espírito regenerador de Deus e somos libertos do poder do “pecado”, bem como de morte.”
Tradução: Antônio Reis