Um ensaio historiográfico
O pentecostalismo é sem dúvida o movimento religioso de massa mais importante do século XX. Hoje, esse movimento é o segundo maior subgrupo do cristianismo global. Tem mais de 30 milhões de adeptos americanos e 430 milhões de seguidores em todo o mundo.[1] O início pouco auspicioso do pentecostalismo na virada do século torna o crescimento do movimento ainda mais surpreendente. Este ensaio examinará como os historiadores interpretaram as origens do pentecostalismo americano e sugerirá algumas áreas para um estudo mais aprofundado. Antes de discutir a historiografia, será útil fazer um levantamento da história inicial do movimento.
O pentecostalismo surgiu do avivamento de santidade durante a segunda metade do século XIX. Esse renascimento foi uma expressão de descontentamento social e teológico entre os grupos de classe baixa e média do país. Os defensores da santidade desaprovavam a impiedade nas principais denominações e foram alienados pela crescente riqueza e complexidade de suas igrejas. Não contentes em permanecer nas igrejas tradicionais, eles formaram novas comunidades religiosas comprometidas com a doutrina teológica do perfeccionismo.[2] Esses ex-metodistas, presbiterianos e batistas acreditavam que estavam experimentando um derramamento renovado do Espírito Santo muito parecido com a igreja primitiva experimentada no livro de Atos. O reavivamento da santidade gerou zelo pelo “Batismo do Espírito” (uma capacitação divina dos crentes) e por outros dons da igreja do Novo Testamento, como cura e profecia. Líderes de santidade como Charles Cullis, John Alexander Dowie e Albert B. Simpson estabeleceram missões de cura nos Estados Unidos.
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