As Guerras de Iavé e os Cananeus

Genocídio Divinamente Ordenando ou Punição Capital Corporativa?

Paul Copan

Das várias questões éticas do Antigo Testamento (AT), a ordem de Iavé de que Israel matasse os Cananeus nos parece a mais importante. Nesta edição da Philosophia Christi, Wes Morriston e Randal Rauser destacam esse tema em resposta ao meu ensaio anterior, “Yavé é um Monstro Moral?”[1] Agradeço por seus comentários e pela oportunidade de responder às perguntas-chave que eles levantam. Visto que suas objeções se sobrepõem de alguma forma, vou simplesmente listar e responder às principais preocupações como as vejo. Ao fazê-lo, mencionarei as contribuições feitas pelos camaradas de armas Clay Jones e Joseph Buijs, cujos ensaios de apoio também aparecem nesta edição.[2]

1. Incorrigivelmente Mau?

Morriston desafia a afirmação de que os Cananeus eram realmente tão perversos ou de que eram incorrigíveis e, portanto, mereciam o juízo de Deus: “a evidência da maldade incorrigível é inexistente.”[3] No entanto, o ensaio de Clay Jones documenta e reforça meu ponto de que isso era de fato um povo perverso. Deus estava disposto a esperar mais de 400 anos porque “o pecado dos “Amorreus ainda não havia sido preenchido” (Gênesis 15:16). Nos dias de Abraão, ainda não existia nenhuma razão para destituí-los. A terra não estava pronta para “vomitá-los” (Lv 18:25). Somente depois da longa escravidão de Israel no Egito seria o tempo finalmente certo para os Israelitas entrarem em Canaã? “Por causa da maldade dessas nações” (Deuteronômio 9: 4–5).[4] Meredith Kline nos lembra que o julgamento dos Cananeus é um “fenômeno intrusivo” da ética escatológica no período da graça comum, antecipando um julgamento final quando Deus finalmente estabelecer a justiça em uma escala cósmica.[5]

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