Jason David BeDuhn
No caso de Agostinho de Hipona, temos uma oportunidade única de rastrear pelo menos parte do desenvolvimento de uma identidade religiosa como ela encontrou expressão num extenso conjunto de escritos cuja cronologia relativamente pode ser determinada com alguma precisão. O desenvolvimento implica a passagem de um conjunto anterior de elementos característicos para um conjunto subseqüente, e no caso de Agostinho uma redução brutal destes dois conjuntos os identificaria como “Maniqueísta” e “Católico.” Pode-se dizer que Agostinho se moveu entre o Maniqueismo e o Cristianismo Católico em sua apostasia do primeiro e conversão ao segundo, e que nesta transição ao longo de alguns anos na década de 380 ele ocupou um estado prévio entre a plena adesão e o compromisso com a comunidade. No entanto Agostinho continuou a ocupar uma posição bastante singular entre o Maniqueísmo e o Cristianismo Católico na sua primeira década e meia como um “Católico”, motivado tanto por laços pessoais com Maniqueus em particular como pelas exigências dos seus associados Católicos de abordar repetidamente as questões que distinguia uma comunidade de outra. Ambas as situações proporcionaram certo tipo de dialética dentro da qual Agostinho se definiu, na qual o Maniqueísmo serviu muito mais do que um mero pólo negativo, mas de uma forma mais positiva, proporcionando um mecanismo de enquadramento que dá certa inclinação e um conjunto que enfatiza a identidade “Católica” em particular de Agostinho. Através do caso de Agostinho, portanto, temos a oportunidade de pautar a relação entre o “Maniqueísta” e o ” Cristianismo Católico”, e aprofundar a nossa compreensão do que estava em jogo entre estas duas visões alternativas da tradição Cristã.
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