Problemas Históricos para um Cumprimento no Primeiro Século do Discurso das Oliveiras

Problemas históricos para um cumprimento no primeiro século do Discurso das Oliveiras[1]

Por J. Randall Price

A predição de Jesus sobre adestruição de Jerusalém e do Templo e Sua explicação para Seus discípulos no Discurso do Monte das Oliveiras produziu um tremendo volume de interpretações acadêmicas, a maioria cai no campo historicista e interpreta as palavras de Jesus como uma ameaça ou maldição a instituição sacrificial representada pelo templo.[2] A maioria desses intérpretes supõe que as declarações de Jesus da destruição são pronunciamentos, como se Ele próprio estivesse julgando e condenando a cidade e o santuário. Isso geralmente ocorre porque eles veem a remoção do templo como marcando o fim da era Judaica e simbolizando a remoção de Israel como povo escolhido de Deus. O preterismo como um subconjunto do historicismo concorda com essa interpretação, mas também deve encontrar correlação entre eventos reais no primeiro século, principalmente os eventos da Primeira Revolta  Judaica (66-70 d.C.) e o texto do Discurso das Oliveiras, a fim de provar o cumprimento da profecia de Jesus dentro da mesma geração que Seus discípulos. O problema, no entanto, é que muitos dos detalhes históricos específicos não se encaixam com os do texto bíblico. Por exemplo, detalhes como o direção do advento de Cristo [a Jerusalém], em Mateus 24:27 é comparada com relâmpagos de leste a oeste, enquanto o exército Romano, que os preteristas interpretam como cumprindo essa profecia, avançou em Jerusalém do oeste para o leste. Mesmo se considerarmos isso simplesmente como o exército romano  avançando “como um relâmpago” (ou seja, rapidamente), o registro histórico revela um ataque muito lento a Jerusalém, ocorrendo a guerra por vários anos antes de Jerusalém ser sitiada! Por esse motivo em muitos casos, uma “correlação” só pode ser feita através da interpretação escatologicamente tendenciosa de Josefo (como associar sinais divinos à iminente conquista do exército Romano), reinterpretar o texto para se ajustar nos dados históricos preferidos (como tomar “as nuvens do céu” como a poeira levantada pelo avanço do exército Romano) ou fazendo declarações que não se encaixam nos eventos históricos da grande revolta Judaica como hipérbole (como os sem precedentes e natureza insuperável da tribulação), a fim de reivindicar o cumprimento do primeiro século. Neste capítulo, com base no trabalho de um capítulo anterior deste livro que considerou o uso indevido das fontes históricas preteristas, examinarei especificamente como isso afeta a interpretação preterista no Discurso das Oliveiras.

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