O desenvolvimento da ideia do pecado involuntário em Santo Agostinho

Por Malcolm E. Alflatt

No pensamento cristão do Ocidente, antes da época de Santo Agostinho, havia o entendimento que o homem tinha herdado de seu primeiro antepassado uma natureza corrompida pela queda de Adão no pecado[1]. Costumava-se acreditar que, embora foi a alma que iniciou aquele primeiro ato pecaminoso, foi na carne que o pecado se consumou. Foi através dessa inerência do pecado na carne do homem que a corrupção foi passada de geração em geração por meio da procriação física do homem. Esta fraqueza herdada da carne era tal que todos os homens tinham uma forte tendência a pecar. Assim, grande foi essa tendência que o homem poderia até mesmo ser descrito como sendo escravizado pelo pecado, apesar de desejar ser livre, e de fato como sendo incapaz de evite pecar mesmo contra a sua vontade. Além disso, por pecados cometidos a contragosto o homem poderia ser responsabilizado porque foi pensado que, em virtude da solidariedade da raça humana, todos os homens existiam em Adão, e assim todos os homens compartilharam seu pecado. Assim, a natureza do homem desde a queda foi vista não apenas como incluindo uma propensão ao pecado, mas também como uma certa responsabilidade por esta mesma situação em razão do envolvimento de toda a raça no pecado de Adão. Uma distinção foi retratada, no entanto, entre corrupção herdada e culpa. O homem não foi geralmente responsabilizado como culpado pela natureza imperfeita que ele herdou, apenas pelo real pecado que ele cometeu. Além disso, embora o homem às vezes foi descrito como estando totalmente sujeito ao pecado, a menos que seja libertado pela graça, isto não foi consistentemente defendido, e sua liberdade para fazer o bem também foi defendida.

Assine para continuar lendo

Torne-se um assinante pagante para ter acesso ao restante do post e outros conteúdos exclusivos.